sábado, 3 de maio de 2008

Forró, tradição e renovação

"Amanhã pode acontecer tudo
Inclusive nada
Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia
Em que cria asas
Se avexe não
Que a burrinha da felicidade
Nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela pára na porta
Da sua casa
Se avexe não
Toda caminhada começa
No primeiro passo
A natureza não tem pressa
Segue seu compasso
Inexorávelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavandeira
Pra ir mais alto vai ter que suar"
Acioli Neto

Estão chegando as Festas Juninas, e com elas a calorosa recepção do público, festas de largo, manifestações familiares, farras, cachaçadas, etc... Tudo isso, associado à excessiva repetição das músicas de forró, compõem a "Tradição Junina". Mas, um movimento começa a preocupar os mais "vividos" e os admiradores de um bom forró nordestino. Pois, o forró pé-de-serra começa a ser trocado pelo forró eletrônico, um ritmo mais "brega", rápido e que utiliza instrumentos eletrônicos, além de desastrosamente não ter letra significativa, e o pior, chegando na maioria dos casos a serem obscenas. Realmente, é muito vendável, mas fútil e descartável, comprova-se pelos grandes detentores do sucesso deste estilo atual, como por exemplo: Aviões do Forró, Cavaleiros do Forró, Saia Rodada e semelhantes.
Esta bela canção do repertório de Flávio José, é um simples, enfático e pontual exemplo de que Forró pode nos inserir algo interessante, a bela metáfora da "lagarta" filosofa e toca na nossa força de vontade e perseverança, "Calma, tudo tem sua hora" é o ditado que foi destrinchado para compor a música. Deixando também o singelo lembrete de que é preciso se esforçar para atingir os objetivos.
Além de perder espaço para vertentes menos felizes do próprio estilo, na sua sublimação anual, as próprias Festas Juninas, começam a não ser essenciais em algumas localidades. Saindo assim da "Tradição", ritmos como pagode, pop, axé e tantos outros, começam a dividir espaço catogoricamente com o Forró. Todavia, o que por um lado pode ser visto como evolutivo ou democrático, por outro é visto como o rompimento das raízes culturais.

Baixe a música:

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu lindo! seu blog tá maravilhoso... seu texto dando um banho de literatura...

Mozer Beier Ramos disse...

Tah vlw! rs

Mas quem eh?

haha